A INSERÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NAS ESCOLAS

Atuando há vinte e oito anos no campo educacional de escolas públicas, com adolescentes de baixo poder aquisitivo do município de Guanambi-Bahia, com baixo nível de escolaridade, problemas familiares e sociais, dificuldades de concentração e de aprendizagem e, conseqüentemente, baixa auto-estima, como regente, diretora e agora coordenadora de curso normal, venho constatando a cada dia que há uma diferença muito grande entre o ritmo da vida e o da escola. Esta se encontra lenta, defasada, atrasada, frente aos avanços tecnológicos e das informações que evoluem momentaneamente com a internet, revistas, jornais, clubes, filmes e, para agravar ainda mais este quadro de morosidade, os alunos que permanecem neste espaço da escola não têm motivações, interesses, prazer, para produzir e disseminar seus conhecimentos. Isto me angustia muito, razão pela qual quero desenvolver a pesquisa, encontrando uma saída para este caos, tornando um ensino mais motivador, encantador, estimulador, tirando longas fórmulas cansativas para memorizar e sem utilidades na vida prática, por um ensino com software aplicativo; em vez do ensino mecânico, o lúdico, em vez do teórico massante, o prático com computadores, onde os alunos sejam produtores de seu conhecimento e não reprodutores e copiadores de conhecimentos passados por professores. Vive-se novos paradigmas de produção em todos os setores, na economia, com a globalização e a mundialização dos mercados; há uma tendência de intelectualização e criatividade de todo o processo econômico, político, social, ético/estético e também o educacional onde implica mais conhecimento, informática, domínio de idiomas, habilidades comunicativas e cognitivas, flexibilidade de raciocínio, capacidade de empreender, administrar, gerenciar, lecionar, criar, inovar. Libâneo (2000), evidencia, que o processo de produção, a globalização dos mercados, associados ao desenvolvimento científico e à inovação tecnológica trazem conseqüências à educação, necessitando de novas exigências à formação de professores, a uma mudança no perfil da educação e das escolas e de uma reavaliação dos objetivos, conteúdos, métodos, metodologias, formas de organização de ensino, como também do trabalho realizado pelo professor para desenvolver competências cognitivas, afetivas e operacionais. Na era da clonagem, do genoma humano, das novas tecnologias da comunicação e da informação (NTCI) , é preciso despertar em nossos alunos, o gosto pela escola, o prazer de estudar, a importância do conhecimento, do saber X fazer, das competências e habilidades, para que sejam inseridos neste contexto literário, histórico sociocultural e político, que possam viver como cidadãos conscientes, críticos, reflexivos, participativos do seu papel na sociedade local e global. Precisamos acompanhar as mudanças que ocorrem nestes novos tempos e ensinar aos nossos alunos a pensarem criticamente com um novo professor – O PROFESSOR POLITIZADO – com mais metodologias, mais linguagens e que este novo professor seja eficiente para atender este aluno que emerge ao século XXI. Para que os professores possam atender aos pressupostos necessários à sociedade do conhecimento e da informação é preciso internalizar-se de um paradigma inovador, denominado de Paradigma Holístico. Segundo Edgar Morin, (2000) “esse paradigma sustenta o princípio do saber, do conhecimento em relação ao ser humano, valorizando a sua iniciatividade, criatividade, detalhe, complementaridade, convergência, complexidade”. Alguns autores teóricos, como Maria Cândida Moraes, Ubiratam D’Ambrósio, Boa Ventura Santos, Capra, o ponto de encontro de seus estudos sobre este paradigma emergente é a busca da visão da totalidade, o enfoque da aprendizagem e a produção do conhecimento. Neste contexto, é que se procura estudar uma nova maneira de mediar os conhecimentos, fazendo com que o aluno possa construir o seu conhecimento, tendo o computador um meio com possibilidades de desencadear alterações cognitivas, utilizando formas de linguagem como: imagens, sons, códigos, movimento para a aquisição de competências e habilidades como fator de primordial importância para a aprendizagem por toda a vida. O valor teórico/prático deste estudo será uma contribuição na modificação nos métodos de ensino/aprendizagem com a utilização da tecnologia educacional. Acredita-se que uma pesquisa deste nível elevar-se-á o aprendizado dos alunos, razão pela qual a sociedade exige-se nos últimos tempos novos paradigmas. Pensa-se em dar uma contribuição desta nova maneira de lecionar e aprender, em que supõe que o aluno terá mais motivações, autonomia, competências e habilidades para estudar os conteúdos, transcendendo-os para a prática do dia-a-dia.
Moran, José Manuel. Mudar a forma de ensinar e de aprender com tecnologias. Transformar as aulas em pesquisa e comunicação presencial-virtual